Opinião Política | Alexandre Nascimento (ALIANÇA) – O preço (pesado) de se viver em Mafra

Há cerca de um mês atrás, falei, neste mesmo espaço de opinião, de algo que me parece absolutamente insólito… a elevada taxa de IMI praticada pela Câmara de Mafra quando comparada com a de todos os outros municípios do Distrito de Lisboa.

Pois bem, para além do esforço financeiro que fazem para suportar o seu IMI, os Mafrenses têm ainda que lidar com o preço de água mais elevado do distrito de Lisboa.

É mesmo assim… os munícipes de Amadora, Cascais, Lisboa, Loures, Odivelas, Oeiras, Sintra, Torres Vedras, etc… têm tarifas de água bem mais acessíveis que as dos residentes em Mafra.

Não sendo, em nenhum dos casos, de fácil leitura e interpretação, fica no entanto bastante óbvio que, quando comparados os tarifários de todos os concelhos, a água de Mafra é mais cara que a dos seus vizinhos.

Tomemos como exemplo a Tarifa Variável (aquela que é, de longe, a mais utilizada pelos consumidores domésticos). No 1º Escalão desta Tarifa, uma família residente em Mafra paga mais 74% pela água de sua casa que uma qualquer família que resida na cidade de Lisboa (0,4133€/m3 em Lisboa contra 0,7200€/m3 em Mafra). Não é um pouco mais… são 74% mais!

Se optarmos por comparar com as tarifas de qualquer um dos outros concelhos, as contas vão no mesmo sentido.

A pergunta que nos vem, de imediato, à cabeça é óbvia… mas porque carga de água é que um concelho abastecido exatamente pelo mesmo sistema que os outros (a EPAL) tem preços tão mais elevados? Porque é que temos que pagar mais que os outros pela água?

Quero lembrar que a situação é ainda mais injusta para uma parte significativa da população de Mafra que, vivendo em localidades mais afastadas dos centros urbanos não encontra Ecopontos perto das suas casas e tem que pagar, regularmente, para mandar limpar as suas fossas. Estes munícipes, mesmo não beneficiando das mesmas condições dos demais, pagam a chamada Taxa de Resíduos Sólidos Urbanos. Errado… injusto!

Em eleições, quando escolhem os seus autarcas, os cidadãos esperam que eles tragam obra para o seu concelho, que o desenvolvam e que o dinamizem, que melhorem as infraestruturas, que coloquem à sua disposição serviços sociais básicos, que lhes garantam a segurança e por aí fora. É verdade que assim é… mas tenho para mim que a primeira coisa que um munícipe espera dos seus representantes no momento em que os escolhe é que sejam justos… que, verdadeira e inequivocamente, os representem e que defendam os seus interesses.

Mafra é hoje, indiscutivelmente, um bom concelho para se viver. A questão é que isso não pode servir de justificação para se esquecer a mais importante e democrática de todas as preocupações na política… a justiça social.

Pode ser que este novo tempo que se aproxima e que trará inevitavelmente uma grande recessão na Economia, elevados números de desemprego e um período (mais um) de enormes dificuldades para muitas famílias, traga também algum sentido de justiça a quem tem que decidir, contribuindo um pouco para mitigar o esforço e o sofrimento das pessoas.

É que se as faturas da água e do IMI pesam no bolso de todos, no de alguns…. pesam muito!

Aguardemos pelo que nos vão trazer os próximos tempos.

 

Alexandre Nascimento

Presidente da Comissão Política Distrital de Lisboa

Partido ALIANÇA

Alexandre Nascimento
Empresário, Presidente da Direção Política Distrital de Lisboa do Partido Aliança.

Pode ler (aqui) outros artigos de opinião de Alexandre Gomes do Nascimento.


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